sábado, 15 de dezembro de 2012

Sou Carmem e minha história de vida, não difere da da maioria dos seres viventes.
Não nasci em berço de ouro, o que me fez entender desde de cedo, a necessidade de correr atrás "desse prejuízo".
Estudar, na minha época, não era obrigatório, mas ouvir meus pais falarem, que tínhamos que estudar para sermos alguém na vida, foi suficiente para o início da minha trajetória profissional(plano A). Mas nem sempre o que planejamos, sai exatamente como imaginamos, e o jeito foi recorrer ao plano B, deixar o plano A de molho e sair pra tabalhar e criar uma filha linda(obra do plano B...rs).
Anos mais tarde, apesar do curto espaço de tempo, resolvi retomar o plano A, nessa ocasião morava em Pelotas e resolvi prestar vestibular para História, na UFPEL. Para minha surpresa fui aprovada(havia dezesseis anos que não entrava em uma sala de aula, não estudei....foi na base do...se colar colou). E colou, dai a surpresa.
Então, o plano A começou a funcionar, enquanto o plano B dava mais do que certo, já que nesse momento, além da filha linda, estava também com um filho lindo.
A correria de sempre, trabalho, filhos na escola e todas as suas implicações e faculdade. O resto, como viver, por exemplo, só quando sobrava um tempinho.
Em quatro anos estava formada, com um canudo na mão e um mundo no caos, a economia em baixa, o país sendo entregue aos "gringos", alto indíce de desemprego, resolvi que precisava andar, peguei meus filhos, o meu canudo e fui.
Primeira parada, Florianópolis(SC), mas passado um tempo, continuei com o canudo ocioso e decidi que tinha que andar novamente. Voltei para Tapes(RS), minha cidade natal, fiz um concurso público municipal e comecei a dar sentido àquele canudo. Dois anos mais tarde, entrei na rede pública estadual, onde permaneço até hoje.
Não vou me estender mais, pois tenho certeza que minha história se confunde com a de tantos.
Agora, aqui no laboratório da UFRGS, digitando esse depoimento, por incrível que pareça, revi toda a minha trajetória, todas as minhas escolhas, muitas delas não foram boas outras tantas, foram. Mas tenho orgulho de dizer que tudo o que fiz, pude escolher. Foi difícil e muitas vezes pensei em desistir, mas que em todas essas vezes, uma força maior e quase que inexplicável me impulsionou a seguir em frente.
Agora às vésperas de ser mãe outra vez, através da minha filha linda, sei que estou mais preparada, mais certa daquilo que ainda tenho que fazer, portanto, vou errar menos, mas já não há mais pressa.